
Se a
expectativa era pelo anúncio de um pacote de medidas de apoio ao trabalhador e
aos setores econômicos mais afetados pela pandemia de Covid-19, o
pronunciamento em rede nacional do presidente Jair Bolsonaro (sem partido)
ajudou a trazer mais dúvidas e o colocou em rota de colisão com as recomendações
de seu próprio Ministério da Saúde. Diante da necessidade de um trabalho
coordenado entre os três poderes e as várias esferas de governo, ele criticou
as medidas de alguns governadores e prefeitos, falou em "histeria
alimentada pela mídia" e voltou a manifestar maior preocupação com a
questão econômica do que com o enfrentamento à proliferação do novo
coronavírus.
“Nossa vida
tem que continuar. Os empregos devem ser mantidos. O sustento das famílias deve
ser preservado. Devemos, sim, voltar à normalidade”, disse Bolsonaro, que
considerou exageradas decisões como a suspensão das aulas nas escolas. E
insistiu na teoria de que a explosão de casos na Itália se deveria ao maior
percentual de idosos na população do país europeu, bem como às temperaturas mais
baixas."Alguns governantes, estaduais e municipais, devem abandonar o
conceito de terra arrasada, a proibição do transporte; o fechamento do comércio
e o confinamento em massa. Por que fechar escolas? Raros são os casos fatais de
pessoas sãs com menos de 40 anos. Noventa por cento de nós não teremos qualquer
manifestação, caso se contamine. Devemos sim, ter preocupação em não transmitir
o vírus para outros, especialmente os nossos queridos pais e avós. No meu caso
em particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus,
não precisaria me preocupar. Nada sentiria, ou seria, quando muito, acometido
de uma gripezinha", afirmou.
Sem qualquer
referência direta à fala de Bolsonaro, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre
Kalil, imediatamente foi às redes sociais para insistir no que considera a
melhor estratégia para conter o avanço da epidemia. "Pelo amor de Deus.
Ficar em casa".
Fonte: Hoje em
Dia